sábado, agosto 29

A ministra da gripe

Hoje assisti à interminável entrevista da ministra da saúde, Ana Jorge.
Sobre…
Acertaram. Sobre o folhetim da pandemia.
Não se tratou propriamente de uma entrevista, mas antes da cedência do tempo de antena da SIC para Ana Jorge repetir, à vontade, pela milionésima vez, os cuidados a ter na prevenção e tratamento da gripe.
A dissertação foi tão longa e monótona que, a páginas tantas, demos com o "entrevistador" a passar pelas brasas.

Mas o melhor estava para acontecer. Quando, já no final, Mário Crespo indagou da disponibilidade da ministra, para a próxima legislatura.
Ana Jorge não se fez rogada. E lá foi dizendo, no mesmo tom sorridente, que não se sente cansada, antes motivada, que gosta do que está a fazer, e, por conseguinte, o próximo primeiro ministro, assim, queira.
Refeito da surpresa, sossegou-se-me o espírito.
Afinal o surto é coisa séria.
E está para tratar e durar. Pelo menos, por mais quatro anos.

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11 Comments:

Blogger tambemquero said...

Linha de saúde 24 vai pôr utentes a atenderem-se uns aos outros numa lógica Wikipédia

A empresa que gere a Linha de Saúde 24 vai aumentar a sua capacidade de resposta, passando as actuais 3000 chamadas por dia e ultrapassando as 10000 contratualizadas: “No fundo as pessoas precisam de falar com alguém que lhes diga qualquer coisa. Podem comparar a febre, a intensidade das dores de cabeça e sites na internet para comprar Tamiflu.
Já há muito conhecimento acumulado na opinião pública sobre gripe A, basta ver os comentários dos leitores nos jornais, por exemplo”, concluiu o administrador da empresa Artur Martins, que ainda reenviou ao repórter IP um excelente email que recebeu sobre o assunto. DM

3:36 da manhã  
Blogger e-pá! said...

A chegada da vacina pode estragar toda esta estratégia...

Os vacinados ficam imunes a dislates desta natureza fora de contexto e deslocados no tempo...

Ana Jorge deve manter a sua postura contida e discreta. Estas previsões extemporaneas e ad hoc são muitas vezes contraproducentes.

A pergunta de Mário Crespo era ardilosa. Ana Jorge embarcou...

11:11 da manhã  
Blogger Goldeneye said...

A política do “lava-mãos”

A cedência de tempo de antena da SIC não surpreende. Tal como no BPP parecem existir, na área das assessorias de comunicação, alguns investimentos de retorno (quase) absoluto. Ficam assim justificadas as generosas avenças…
Não há dúvida que há “coincidências” muito curiosas que não escapam a um observador minimamente atento. Desde que estas “assessorias” estão em funções o grupo Impresa (SIC, Expresso) têm feito bem o seu trabalho (setas para cima, setas para baixo, exaltação da banalidade e distrates “estratégicos” trabalhados ao pormenor).
É claro que este já longo (e penoso) exercício de “exploração” mediática da gripe vai ter um fim triste (com sorte depois de 27 de Setembro) quando se concluir, na prática, que muito do dinheiro e da propaganda feita não evitarão a inexorável ruptura dos serviços para os quais os cidadãos têm vindo a ser “empurrados” por esta “estratégia de comunicação excitatória e alarmista”.
Pelo caminho branqueia-se a capitulação perante a LCS24 não tocando no “negócio” dos “camaradas” da CGD.
Espera-se agora, no entanto, que em pré campanha, que as tais assessorias coloquem na SIC e no Expresso textos, entrevistas e debates sobre as questões relevantes da política de saúde, nomeadamente, no confronto ideológico, político e técnico com as diferentes propostas dos partidos da oposição e, em particular, com a verdadeira “ameaça global” representada pelas propostas, na área da saúde, do PSD.
Mas isso, certamente, será pedir muito pelo que nos teremos que contentar com mais um mês de articulação, agilização, ponderação, reflexão e muita, mas muita lavagem de mãos…
Quanto às PPP’s, sustentabilidade, acesso, desenvolvimento estratégico e outras quejandas questões, de somenos importância, não haverá carpetes que cheguem para acomodar tanto pó que há muitos meses tem vindo a ser empurrado para lá debaixo.
Passado o estoiro financeiro provocado pela “histeria” gripal virão os ACT’s generosamente prometidos e a garantida insustentabilidade do SNS.
Que melhor presente político poderia ter MFL?

2:33 da tarde  
Blogger Clara said...

Também assisti à vergonhosa cedência do tempo de antena da SIC, patrocinada pelo senhor Mário Crespo.
Deu a impressão de faltarem convidados e Mário Crespo, na contingência, ter-se socorrido da única personalidade disponível para preenchimento do tempo de antena (tal foi a generosidade).
Uma espécie de episódio do "eu é mais bolos".
Desta vez foi mais do mesmo,ou seja, mais um especial do folhetim da gripe (papel, onde Ana Jorge se sente naturalmente à vontade)

8:24 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Ao contrário do que diz o é-pá, acho que a ministra gostou.
O que é chocante.
Face ao trabalho que tem sido desenvolvido depois da saída de Correia de Campos.

12:10 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Portugal é o segundo país europeu com maior incidência de infecções de gripe A (H1N1), com 20,9 casos por cada cem mil habitantes, a seguir ao Reino Unido, com 21,4 casos por cada cem mil habitantes.

As contas foram feitas pela agência Lusa com base na listagem de casos divulgados hoje no portal do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças e no número de habitantes dos respectivos países.

A Alemanha e a Grécia ocupam o terceiro e o quarto lugares do "ranking" das maiores incidências de infecções, respectivamente com 18,9 e 17,1 casos por cada cem mil habitantes.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças aponta Portugal como o terceiro país europeu com mais casos confirmados de gripe A (2.244), depois da Alemanha (15.567) e do Reino Unido (13.095).

Contudo, em proporção com a população, a incidência de infecções acaba por ser maior em Portugal, que tem 10,7 milhões de habitantes, do que na Alemanha, com 82 milhões de habitantes.

Portugal só é ultrapassado pelo Reino Unido, onde vivem 61 milhões de pessoas.

A Grécia, que apresenta a mesma população do que Portugal, tem uma incidência de casos menor do que Portugal, uma vez que regista menos infecções: 1.839.

Atrás de Portugal surgem a Espanha e a Itália, com 3.79 e 3.01 casos por cada cem mil habitantes, respectivamente.

Espanha, com 40,5 milhões de habitantes, tem 1.538 casos de gripe A, enquanto a Itália, com 58 milhões de habitantes, apresenta 1.800 infecções do H1N1, de acordo com os mesmos dados hoje divulgados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Apesar de ser o segundo país europeu com maior incidência de infecções de gripe A (H1N1), Portugal não regista casos mortais, ao contrário do Reino Unido (65), Espanha (21) e Grécia (1).

JN 30.08.09

12:27 da manhã  
Blogger Tavisto said...

Também caí na asneira de esperar pela segunda parte do TJ da SIC para ouvir a entrevista de Mário Crespo a Ana Jorge. Pela qualidade do jornalista, pensei que se iria debater a problemática da gripe A em profundidade, nomeadamente as diferentes atitudes de governos de diferentes países sobre a forma de encarar a pandemia.
Porém, fui rapidamente dissuadido pela sensaboria de um repetir de lugares comuns sobre profilaxia, mais apropriados a serem debitados por um profissional em tempo da antena cedido para o efeito do que pela responsável máxima do Ministério da Saúde. Tendo mudado rapidamente de canal, não pude assistir ao momento em que AJ foi questionada sobre a disponibilidade de permanecer à frente do MS na próxima legislatura. A sua anuência não me surpreende e, estou convencido, que se o PS ganhar as eleições Sócrates não deixará de o fazer tendo em conta o clima de pacificação, anestesiante é certo, do sector desde que AJ assumiu a respectiva pasta.
Da minha parte, confesso, não sei se será bom. É que ainda não percebi se AJ é uma ministra competente de trato afável ou uma boa profissional sem fibra para ser ministra. Em boa verdade o seu mandato tem sido mais proclamatório do que propriamente de acção e, quando teve oportunidade de actuar, fê-lo de forma inconsistente. Se não vejamos:
- Relativamente às críticas ao ministro Teixeira dos Santos quanto aos acordos preferenciais da ADSE com privados, ficou-se por aquela saída no parlamento. Depois disso nada mais se lhe ouviu sobre a matéria.
- Discordando, ao que parece, das taxas moderadoras para o internamento e cirurgias, submeteu-se à vontade de Sócrates de não revogar esta medida injusta e insensata da autoria do seu antecessor
- Há um ano proclamava ser sua intenção legislar no sentido dos profissionais, médicos em especial, passassem a trabalhar a tempo inteiro no SNS. A aceitação do trabalho em 35 horas como regime base de trabalho, quando o anterior decreto das carreiras estabelecia como tal as 42 horas em exclusividade, é de todo contraditório com as declarações de há um ano atrás.
É certo que AJ entrou para o Governo para pacificar o sector da saúde, agitado em demasia pela personalidade abrasiva do seu antecessor, alvo de contestação popular generalizada pondo em risco a reeleição de José Sócrates. Mas, se isso pode ser importante para o partido do governo, de pouco serve a um SNS que, para se manter viável, necessita de quem tenha ideias e coragem para avançar nas reformas.

12:42 da manhã  
Blogger joana said...

E que dizer da actuação da ministra, Ana Jorge, ao denunciar publicamente o incumprimento do contrato por parte da empresa LCS que gere a linha Saúde24, calando-se de seguida, no lugar de anular o referido contrato por incumprimento.

São inúmeras as contradições em relação à sua curta permanência neste Governo: ora recua, ora se cala, ou se passeia nos media quando isso dá jeito para melhorar a quota de popularidade.

2:01 da manhã  
Blogger Unknown said...

Caro tambémquero o JN também não sabe avaliar os dados que lhe são apresentados...

Torna-se "complicado" quando se quer um aproveitamento menos nobre aos dados...

Analise por exemplo o caso de Espanha... dou-lhe essa pista... veja a evolução ao longo das semanas... Não a vê pois não ;) Será que deixaram de aparecer novos casos de gripe A?

Acho que não...

8:23 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Caro Magistral só diz disparates

Segundo o portal do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, Portugal é o segundo país europeu com maior incidência de infecções de gripe A, com 20,9 casos por cada 100 mil habitantes, a seguir ao Reino Unido, com 21,4 casos por cada 100 mil habitantes.
link

TSF 31.08.09

3:33 da tarde  
Blogger Unknown said...

Caro tambemquero a diferença é que eu sei avaliar os dados, o tambémquero apenas os transcreve...

Pergunte-se porque é que a Espanha tem o mesmo número de casos há semanas... Pergunte-se porque se passa o mesmo em relação a outros países e depois avalie também o que os próprios relatórios do ECDC "dizem":

"The decreasing figure in the individual case reports is probably due to the fact that 15 COUNTRIES SHIFTED TO A MITIGATION STRATEGY and there is a reporting delay (between onset and report). No individual data on A(H1N1)cases have been reported from the United Kingdom since week 27. This can explain the decline of the epidemic curve over the past weeks. The mean notification rate (based on daily aggregate reports) constantly increased
until week 26. The sudden decrease in week 27 can be explained by successive batches reported from the United Kingdom in week 26 and week 28. The decrease in the notification rate in weeks 29 and 31 can be explained by recent changes in testing strategies for A(H1N1)"

Se soubesse analisar os dados saberia que outros países entraram ,já há algum tempo, numa fase de mitigação, em que o diagnóstico laboratorial é algo menos importante, algo que Portugal só assumiu a 24/08/2009.

Se soubesse avaliar o que é dito pela DGS e o que se passa por esse mundo fora, saberia que muitos países deixaram de reportar os dados relativos ao número de casos de gripe A.

Se soubesse do que estava a falar teria tido vergonha de dizer que só digo disparates quando na realidade lhe falta cultura e Saber para saber avaliar dados deste tipo...

Da próxima fale apenas do que conhece...

3:56 da manhã  

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