segunda-feira, fevereiro 24

O Ideiafix dos Cortes

Já não há pachorra para este Ministro.
Paulo Macedo não faz nenhuma reforma, mas esta não lhe sai da boca em entrevistas e muitas vistas na TV e nos jornais. É o que bem diz o Pulo K Moreira (hoje no JP), onde aponta três áreas que teriam que ter sido mexidas para se falar em reforma da saúde: reorganização da oferta; sistema de financiamento; mudança de fluxos de procura e prevenção.
Na verdade a fintar e a manipular ninguém o bate no governo. Se não vejamos:
Não fez nada na reorganização da oferta, em especial na rede hospitalar, apesar de ter aberto novas unidades entregues à privada (Loures, VFX, Braga, CRN). Veja-se o que disse na entrevista o J. Negócios de 19 fevereiro:
Jornalista: «Uma das maiores reformas da saúde tem que ver com a reorganização da rede hospitalar. Havia o compromisso de apresentar à Troika um plano detalhado até final de 2012. O que é que se está a fazer e o que é que vai resultar daqui? E quando?»
PM: «Só quando se mexe no organigrama é que se percebe que há ali uma reforma, quando todo o trabalho que foi feito para trás é bastante mais importante».
Como disse?? Reorganização da rede só se for no organograma que tem no Ministério!
Quanto à rede de CSP e CCI parou a dinâmica anterior e pouco ou nada fez.
Tem, tido sucesso no financiamento e nas finanças? Mas então porque é que a gestão das dívidas dos hospitais vai passar para o Ministério das Finanças?
Vejam-se as notícias recentes:
Jornal i - «segundo peritos do FMI há 12 hospitais onde as dívidas acumuladas refletem despesas 10% superiores ao orçamento…». «…não é conhecido nenhum plano estratégico dos hospitais embora a ACSS refira que já alguns foram concluídos.»
Diário Económico: «A Comissão europeia vai mesmo obrigar os hospitais a pagar aos fornecedores no prazo máximo de 60 dias. E se Portugal não cumprir promete sanções». «…os hospitais públicos, por exemplo, demoram em média 483 dias a pagar às empresas da indústria farmacêutica…».
Diz PM que os cuidados não diminuíram. E foi pouco, foi…
Segundo a informação da ACSS, publicada aqui no blogue, de 2011 para 2013, houve menos 985 mil consultas e 463 mil urgências. Total=1,458 milhões consultas e urgências.
Encanar aperna à rã e tapar o sol com a peneira, mas não tanto!
SNS sempre


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2 Comments:

Blogger xavier said...

Concordo com o SNSsempre. O Ministro já passou o prazo de validade, por isso as suas habilidades são insuportáveis.

A que veio ele nas múltiplas entrevistas em que se tem desdobrado? Tinha 3 boas razões...

... Promover uma contra-ofensiva mediática, beneficiando da boa imprensa que tem tido, depois da sucessão de notícias negativas, especialmente sobre as urgências, o hospital de Faro e as visitas do bastonário dos médicos.

... Aproveitar para desvalorizar as notícias que sabia estavam para sair no Diário de Notícias, sobre as urgências e agora esta do rasgar da liberdade de escolha por vários hospitais, e para repor a boa imagem do austero justiceiro.

... Antecipar-se às ripeiradas das Finanças, da Tróika e de Bruxelas.

Agora esta medida dos hospitais não lembra a ninguém e é tomada apenas por motivos financeiros, para não gastarem mais com as consultas, e terapêuticas exames com os doentes e para não perderem o incentivo da % 1ªs consultas atendidas em tempo.
Forte e Feio

8:15 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

Dívidas dos hospitais voltam a crescer 55 milhões em Janeiro

Catarina Duarte
25/02/14 17:46

As dívidas dos hospitais do SNS aos fornecedores voltaram a agravar-se, apesar das medidas que o Governo implementou no final do ano.
As dívidas dos hospitais-empresa agravaram-se em 55 milhões de euros no mês de Janeiro face ao mês anterior, de acordo com a síntese de execução orçamental do mês de Janeiro, divulgada pela Direcção-Geral do Orçamento.

As chamadas ‘arrears' (dívidas por pagar há mais de 90 dias e aquelas que contam para efeitos do programa da ‘troika'), vieram sempre a cair ao longo do ano passado, atingindo os 611 milhões de euros em Dezembro, altura em que o Ministério da Saúde levou a cabo mais um programa extraordinário de regularização de dívidas no valor de 432 milhões de euros e injectou outros 400 milhões no capital dos hospitais.

Contudo, no primeiro mês de 2014, as dívidas vencidas voltaram a crescer para os 665 milhões de euros. Tanto o FMI como a Comissão Europeia, nos relatórios sobre a 10ª avaliação ao programa de ajustamento conhecidos a semana passada, voltaram a apontar o dedo à dificuldade dos hospitais estancarem a acumulação de novas dívidas. Será mesmo criada uma unidade de monitorização das ‘arrears' na Saúde, que reportará directamente ao secretário de Estado do Orçamento, na tutela das Finanças.
...

O costume.
Mais orçamentos rectificativos no horizonte.
Sinal evidente de que nada de substancial em termos de reforma foi efectuado na Saúde.
Sinal evidente que a politica de saúde de Paulo Macedo não tem passado de um verbo de encher.
E muita propaganda à mistura.
As parangonas com os casos de polícia são quase diárias. A fazer inveja ao outro ministro Macedo das polícias.

7:58 da manhã  

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